TEATRO ENSAIARTE NECESSITA DE UM ESPAÇO PRÓPRIO
A divertida comédia de costumes “Jogo de Enganos”, com diversas figuras caricatas em cena, cumpre uma segunda temporada. EnsaiArte luta por uma sede própria, de preferência no Pinhal Novo, local onde o grupo deu os primeiros passos.
TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM DR
“Jogo de Enganos” é a mais recente produção do grupo de teatro Pinhal Novo, EnsaiArte, que foi reposta em cena, no dia 19 de outubro, no Centro Cultural do Poceirão.
Com direção e encenação de Célia Figueira, a peça regressa para uma segunda temporada. Trata-se de uma comédia, com entradas à base de donativos, que lotou nos quatro primeiros espetáculos consecutivos e que está de volta para mais uma digressão pelo distrito e não só.
Divirta-se com as peripécias de um doente que não o é; de uma esposa que procura a chave da fortuna na alcova do marido, quase defunto; de um Notário que tem a pretensão da sabedoria; de dois médicos num só, incultos e soberbos; de dois pretendentes opostos; de duas gémeas de idades diferentes; de um Irmão adotado, parecido com o jovem apaixonado; e de duas criadas.
Célia Figueira, a encenadora, recorda que “Jogo de Enganos”, pela EnsaiArte, quebrou o enguiço, porque desde que Moliére a escreveu e depois de ser levada à cena, pela primeira vez, “ela morre por si. Faz um ou dois espetáculos e já não faz o terceiro. Ou porque o encenador ou ator morreu, ou porque desapareceram, e isto tem acontecido desde o século XVIII, sucessivamente. E nós quebrámos a sina. Fizemos uma primeira temporada em março, com quatro sessões, sempre cheias, no auditório do Pinhal Novo”. A comédia “Jogo de Enganos”, segunda a própria, tem um texto “muito difícil”, uma vez que é “muito gestual” e com vocabulário “fora do normal”.
Conta as interpretações de Ana Teresa, Biser Bekirov, Daniel Ribeiro, Marta Rocha, Miguel Reis, Nuno Gonçalves, Paula Pereira, Pedro Sottomayor, Susana Santos, Vanessa Raminhos e Vítor Peres.
A comemorar 20 anos de existência, o grupo de teatro EnsaiArte arrancou a sua atividade com o trabalho “O Parlamento das Mulheres”, de Aristóteles. Foi fundado por professores de Pinhal Novo, que frequentaram um curso de teatro, e já levou à cena 18 produções. “Tem sido cansativa a nossa atividade, mas muito gratificante”, sublinha Célia Figueira, que realça que a sede da instituição é na casa de um dos atores. “A nossa principal carência é a falta de um espaço próprio, mas a Câmara de Palmela arranja-nos um espaço para ensaiar e cede-nos o auditório do Pinhal Novo para as nossas representações. Além disso dá-nos mil euros por ano de subsídio”.
“Jogo de Enganos” vai andar em digressão um pouco por todo o País e na região. No dia 9 de novembro vai a Proença-a-Nova, e, provavelmente, irá a Quinta do Anjo, e também à Baixa da Banheira.
“A Vida Mágica da Sementinha”, de Alves Redol, uma peça “muito linda e poética”, está já na gaveta para estrear em março. “É um musical e vou convidar o meu compositor Eddy Cabral para fazer as composições musicais dos meus poemas. E vou apostar num forte e lindo guarda-roupa. E é cantado e dançado. Esta produção, para toda a família, requer muito trabalho”.