TEXTO ELOISA SILVA IMAGEM DR
Os deputados do CDS-PP, Isabel Galriça Neto e Nuno Magalhães, endereçaram à ministra da Saúde, Marta Temido, um conjunto de questões sobre problemas «denunciados pela ordem dos médicos e por particulares», relativos ao atendimento de mulheres grávidas no hospital Garcia de Orta. Nuno Magalhães ressalva que «ao empenho da administração tem que juntar-se a resposta do governo. Que não tem sido dada».
Em causa está o encaminhamento de grávidas para outras unidades de saúde, nos dias 7 e 8 de junho, que o Hospital já esclareceu (ver caixa), que Nuno Magalhães considera «inaceitável». «Importa apurar o que motivou esta situação que há muito deixou de ser pontual e tem acontecido de forma reiterada», realça o deputado parlamentar eleito por Setúbal.
Admitindo que as camas hospitalares «possam, pontualmente, ficar ocupadas», e que os casos mais complicados ou situações de risco sejam encaminhadas para Lisboa, «não se pode aceitar é que um procedimento relativamente pontual se transforme numa situação recorrente».
«Uma coisa são casos pontuais e, nesse caso, nem faria sentido a nossa questão, mas o problema, e sabemos disso pela ordem dos médicos e por testemunhos de utentes, é que de forma reiterada, ao longo do ano e durante períodos de quatro ou cinco dias, sucessivamente, acontece não a um ou dois casos, mas a todos. O que era pontual está a começar a ser a regra. E temos que ter consciência que os conselhos de administração fazem o que podem, mas sem meios não fazem muito mais».
Os deputados aguardarão 30 dias pela resposta de Marta Temido, mas, até lá, assegura Nuno Magalhães, «vamos continuar atentos à situação porque encaramos estes factos com muita preocupação». O CDS-PP considera “absolutamente necessário e prioritário assegurar tanto o acesso à saúde, como a qualidade da prestação de cuidados de saúde à população, o que, neste caso, claramente, não está a acontecer”.
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Hospital Garcia de Orta atinge lotação máxima de camas
Em resposta à solicitação do Semmais, o HGO esclarece que “não teve a sua maternidade fechada na noite de sexta para sábado” (7 para 8 de junho).
Foi apenas “atingida a lotação máxima de camas”, devido à elevada afluência de mulheres para serem atendidas, pelo que, “utilizando uma metodologia existente há muito tempo, e normalizada em todos os Hospitais, o Hospital informou o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) do INEM que, tendo a sua lotação esgotada, as utentes grávidas deveriam, até orientação em contrário, ser conduzidas para as unidades hospitalares mais próximas e com vagas”.
O hospital garante que assim que as camas foram ficando disponíveis, em resultado das altas assinadas, “informámos o CODU de que tínhamos condições para receber, de novo, as utentes. O que veio a acontecer cerca do meio dia de sábado”.
“Esta é uma situação que acontece em todos os estabelecimentos hospitalares e através da qual são preservadas a segurança e a qualidade de serviço e acompanhamento das utentes”, garante o HGO.