Voto útil contra todos os extremismos

SE MAIS nenhuma razão houvesse, para fazer destas eleições europeias um exemplo de cidadania e participação política, o avanço do populismo, dos nacionalismos e dos extremismos, vale o esforço de todos os democratas.
Nunca houve razão maior – desde que Portugal elege representantes para a ‘casa política’ da União – para defender os valores da civilização europeia.
Por culpa própria, é verdade, porque se viveram tempos de paupérrima liderança política, e porque as políticas sociais, de emprego, de segurança e de economia, não foram devidamente cuidadas.
A Europa, hoje, está fragmentada, não pela percentagem ínfima de refugiados e migrantes que aportaram no nosso espaço – é pouco mais que um por cento dos residentes na União Europeia – mas porque foram criadas muitas bolsas de desemprego jovem, metrópoles de pobreza, e políticas económicas liberais que escavacaram toda a órbita da democracia financeira. A árvore sobrepôs-se à floresta.
O voto dos europeus nestas eleições deve ser contra o avanço de Salvini, Le Pen, Geert Wilders, Abascal e tantos outros que pululam à espreita de uma oportunidade para corromper a carteira de valores que transformaram a Europa no pós-guerra e que a afirmou como potência mundial. A paz, o bem-estar e o desenvolvimento sustentável, a luta contra a exclusão, a coesão entre países e pessoas, progresso científico, educação e saúde para todos, e o respeito por todas as diferenças, são alavancas desta Europa que não pode desarmar.
Daí este voto ser tão decisivo. Porque é, também, a defesa dos direitos fundamentais que está em causa, não deixando abrir mais frestas aos que pretendem ferir a liberdade e a democracia.
P.S.
Morreu o meu amigo Joaquim Torres. Tive a sorte de o conhecer bem. Depois de uma carreira bem-sucedida como guarda-redes do Vitória e do FC Porto, trabalhou como fotojornalista em vários jornais que dirigi. Foi um homem bom, de grande dignidade. Até sempre Torres!

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