UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA
Paulo Edson Cunha
Advogado
IMAGINO a vossa perplexidade com este título.
Não, não me dediquei a Deus, embora não o renegue. Também não aderi a nenhuma religião, seita ou congregação.
Bem sabem que a minha religião são a família, o trabalho, os amigos, o Benfica e o PSD. Pronto, algum PSD, porque uns e outros PSD´s da amostra nem sei bem se são o meu PSD. Mas do PSD, e de que PSD quero, falar-vos-ei mais adiante no tempo. Por ora, deixem os três pastores (não confundir com os três pastorinhos) descerem o Rio, por Montes Negros e darem à Luz, quiçá um Pinto, que bebe Leite e logo vos direi se a família do PSD fica enCAVACAda, se prefere um estilo mais DURÃO, se privilegia a família LOPES, ou se tira um COELHO da cartola, pois que de Pedros estivemos bem servidos, seguindo sempre a velha máxima de respeitar o CARNEIRO como o nosso guia espiritual, pois, nem um Francisco conseguiu ser um Balsemão, perdão, um bálsamo, para a sua perda.
Se vos falar do Benfica, nem sei se elogiarei a gestão equilibrada e profissional que me parece existir ou se mencionarei a vergonha de ver um Presidente de um clube (ainda por cima o meu) a apertar o pescoço de um adepto em plena assembleia e ver as restantes águias (uma ave imperial) a enfiarem a cabeça na areia, como se de meras avestruzes se tratassem.
Como falar das minhas outras religiões, nada vos acrescentaria (a minha família e o meu trabalho) terminarei com a palavra de Jesus. Não falo do filho que Deus enviou à terra para salvar os Homens, mas do filho que Portugal enviou ao Brasil para resgatar a honra de um País que, até aí, lhes tinha mandado os padeiros, pedreiros e afins, gente, na sua maioria pobre, com pouca formação, proveniente de aldeias recônditas do nosso belo Portugal e que criaram um protótipo do “Portuga” que é o “Tuga” protagonista das anedotas dos nossos irmãos brasileiros.
Cinco séculos depois enviámos Jesus aos Brasileiros que, proveniente dos subúrbios de Lisboa, pode não dominar muito bem a língua de Camões, mas conseguiu calar, um a um, os seus críticos, fazendo-os engolir a sua soberba, sobretudo em matéria futebolística, onde se julgam os maiores.
E tal como Jesus se sacrificou pela humanidade este Jesus imolou-se em glória, em nome de todo um sofrido Povo Português, que não mais será glosado no País de Vera Cruz, sob pena de lhes lembrarmos que “Deus pode, até, ser Brasileiro, mas Jesus é Tuga”.